12.11.08

primeiro emprego às urtigas...

... venha o seguinte. Um ponto para ti, pauet, que ja conheces isto e mo previste.
E como estou? Muito bem. Ontem à noite, desanimado pela primeira vez em tres meses, e muito incomodado com isso. Mas foi o tempo de chegar a casa para perceber o que tinha de fazer. Hoje, de manha fui despedir-me e voltei para casa com um sorriso escancarado, e de certa forma orgulhoso de mim, pela forma como consegui colocar as coisas e garantir que receberei o dinheiro pelos dias que trabalhei.

É que sei como quero viver, e sei como nao quero viver. Somos forcados (com c de cedilha, que nao hajam aqui tils ainda vá... lol) por este sistema sanguessuga a trabalhar tanto do nosso tempo de vida, que o gosto no que se faz é o mínimo que devemos exigir, o poder gostar e o acreditar naquilo que fazemos. Sei como, para quem, e como nao quero trabalhar. Tenho pago o preco (com cedilha) disso, e no entanto cada vez mais me digo que pouco importa o dinheiro, se nao estamos bem e felizes, ou se nao nos sentimos coerentes e de bem connosco mesmos. Nao vim para cá para pactuar com as coisas com que nunca pactuei. Nao vim para me submeter à brutificacao (ídem) do trabalho escravo ou do abuso laboral. Do uso desonesto das pessoas. E se venho suficientemente disposto a fazer por mim a ponto de entender que neste momento, para comecar (*) e por um tempo, terei de trabalhar em coisas que nao me dizem nada e aceitar determinadas coisas... há outras em que nao disposto a ceder, ou nada valerá a pena.
Saí de Portugal para estar melhor. Se nao for aqui, será noutro lado, talvez até mais perto das pessoas de que preciso na minha vida. Vim focado em coisas que me farao feliz, que sempre quis fazer. Vim sabendo onde vou, ou pelo menos onde vou tentar ir, e nao pretendo deixar que me cortem asas, imaginacao (*) e as ganas com que venho de fazer o que quero fazer, de ser o que quero ser. É a minha maneira de ser, sempre tive dificuldade em lidar com horários de trabalho, chefes e patroes, mas sobretudo, acima de tudo, com a má fé, o abuso, a mentira, a exploracao e a injustica. Pago o preco (!) que tiver de pagar por esta liberdade que me assumo, e abraco (!!) voluntariamente o estender da minha precariedade inicial (ja nao tao inicial) desta chegada a Barcelona. Para determinado amochanco (!) teria ficado onde estava, na desesperanca (jo...) em que me sentia.
Viverei nos meus termos, assim tenhamos tod@s a oportunidade de o fazermos.
Novidades das minhas recolhas nocturnas: um puff gigante que ocupou um quarto da sala cá de casa (mas que é giro e mto confortável), e os artigos abaixo. Encontrei uma mesita de madeira, nova, e subindo mais a rua, por mero acaso, um vidro praticamente à medida para cobrir o tampo que lhe faltava. Está no meu quarto, com os almofadoes de sofá onde leio 5-10 minutos em catalao antes de dormir.
Hoje, quando voltava de despedir-me, este candeeiro, vou-lhe arranjar a conexao eléctrica, e ou as meninas o querem cá para casa, ou o vendo numa das feiras ou mercados que abundam por aqui ao domingo. Como sou jeitoso com estas coisas, e se encontra de tudo aqui com tanta facilidade, sei que desta actividade vou sacar uns trocos de complemento para o que estiver a fazer.

A minha parede, que com a experiencia dos dias vividos aqui, vai devagarinho ganhando coisas, cores, memória própria.

Rés més avui! Fins ara, mac@s! :)